sábado, 31 de dezembro de 2011

New York Diaries, days 4 1/2-6

Ficar fora do próprio fuso horário começa a dar uma baratinada na nossa cabeça depois de um certo tempo. Acordei bem disposta todos os dias, mas lá pelas três da tarde daqui (seis da tarde no Brasil) eu começava a arriar a ponto de encostar na primeira cadeira e ficar com cara de nada (imaginem então como eu estava no dia em que fiquei doente...). Isso atrapalhou um pouco a continuidade destes diários, mas... Estou muito a fim de compartilhar o que vi por aqui e não vou parar de escrever.
Ainda no último dia em que escrevi, à noite, fomos jantar no Oyster Bar, que fica na Central Station, uma verdadeira obra de arte em termos de estação de metrô (mesmo o daqui sendo pior que o de São Paulo).
Para chegar na Central Station, tivemos primeiro de passar por Times Square. Imagine a Paulista com aquele povo que passa lá no final do ano para ver a decoração de Natal. Mas, ao invés da decoração de Natal, coloque no lugar outdoors digitais e lojas gigantescas de tudo o que você puder imaginar. (E ponha uns turistas sem noção fechando as passagens junto da população normal!)

Meus anfitriões me acompanharam todos nesta noite!
E passamos pela famosa rua dos brasileiros, onde tem show todo 7 de setembro.

A Grand Central Station é espetacular. Salões amplos, com lojas grandes e pequenas. E ligações para vários pedaços de NY via metrô, o que faz da estação referência na cidade. Tem até um mercado lindo, com carnes, peixes e temperos frescos, que poderia ser o Mercadão Municipal de SP depois de uma grande reorganização (BEM grande).

Até o Zodíaco estava representado. O arco entre Aquário e Câncer estava desenhado no teto do salão principal (os EUA são um país canceriano). Segundo um guia que falava para um grupo ao nosso lado, esse telhado não se via no começo dos anos 80, naquela fase trash da cidade - estava todo preto, de fumaça de cigarro.

A estrutura do Oyster Bar acompanha a da estação, com abóbadas de tijolinhos, mas com cara de subterrâneo, o que o deixava aconchegante no frio que tava fazendo. Como NY é uma cidade portuária, os frutos do mar são confiáveis. A entrada de ostras empanadas com molho tártaro estava espetacular. Eu encarei camarões com manteiga de alho... Os quais vieram acompanhados de legumes e uma espécie de risotinho na manteiga. Delícia!

No dia seguinte, eu, Pedro e Martín encaramos o Central Park. Foram mais de quatro horas de caminhada, alternada com corridas atrás do Martín, que adora parques e disparava na nossa frente bem antes de percebermos, e com "empurramento" de peso (quando ele dormiu). Antes de entrar no parque, passamos pela Columbus Square, dedicada a Cristóvão Colombo.

Paisagens de inverno bem fora do que o brasileiro está acostumado.
Frio na espinha ao ver o Edifício Dakota, onde John Lennon morava (e pertinho do qual tomou o tiro fatal). O Central Park criou os Strawberry Fields em homenagem a ele, os quais são mantidos pela Yoko Ono.


Nesta praça maravilhosa o Martín correu até não poder mais. Embaixo da escadaria havia música ao vivo e tinha um monte de gente indo para lá. Aliás, o Martín era o terror do parque: todo mundo achando ele lindo e fofo, e ele, que não gosta de estranhos, fazia a cara mais feia do mundo...
Achei esta cena muito new yorker, com alguns prédios bem antigos.
Aqui, uma cena do Reservoir (que, com esse nome, fica parecendo que é a Guarapiranga dessa cidade enorme, o que não é possível pela quantidade de água...)
Almoço no Five Napkin Burger. Eu não quis encarar hamburger e fui de sanduíche de filé de atum com maionese de wasabi.
Depois da soneca da tarde, fui na Barnes & Noble (comprei livros de linguística e astrologia...) e na loja da Apple do Upper West Side e aproveitei para dar uma olhadinha no Lincoln Center. Pena que todos os ingressos para tudo que haveria enquanto eu estivesse aqui estavam esgotados, por total mancada minha. Pena mesmo: o lugar é lindo, deve ser demais assistir um balé ou um concerto ali...
Jantamos em casa comida entregue por um restaurante japonês chamado Obento Delight. Pedi um combinado de 18 (isso mesmo, 18) sushis, alguns de salmão picante, outros de enguia com abacate e outros de atum picante. Esqueci de que estava comendo sushi picante e mandei ver wasabi no shoyu. Ardeu, mas valeu! (Como viram, foi um dia ardido gastronomicamente. E não tirei foto do jantar, porque a fome era tanta que eu esqueci.)
Na manhã seguinte, corri para Midtown (=Centro clássico de Manhattan), para ir ao MoMa e subir no Top of the Rock (um ponto de observação do Rockefeller Center).
O prédio do MoMa parece uma dobradura que vai sendo desfeita - quando você acha que já andou um andar inteiro, eis que aparece uma outra porta que você não tinha visto.

Tinha uma exposição do Diego Rivera, um replay de uma outra exposição dele quando esse museu tinha acabado de ser inaugurado. Complemento ideal para quem viu n coisas desse artista na Cidade do México (incluindo a casa dele e da Frida). Como é proibido fotografar o acervo do museu, mostro o cartaz de rua mesmo...
Mas teve uma coisa do acervo que eu consegui fotografar: um pilar sobre um quadrado, cujas quatro faces tinham dizeres no mínimo interessantes.




Estavam rolando exposições do Willem de Kooning e de arte contemporânea americana - tudo muito bom, mas muita informação para quem vai ver o museu como turista. O ideal é ver uma coisa de cada vez, com bastante calma.
Em pleno MoMa encontro, sem combinação prévia, o outro pedaço da família que estaria em NY: o Renato e a Mariana estavam lá também, recém-chegados do Brasil.
Iríamos nos encontrar na hora do almoço com o Pedro e a Letícia em Meatpacking District para almoçar. Eles voltaram para o hotel e eu fui para o Top of the Rock. Confiei na opinião do Pedro de que a vista de lá é melhor do que a do Empire State, especialmente porque de lá dá para ver o próprio Empire State.

O prédio é estiloso, bem conservado. E os elevadores são um espetáculo à parte, com teto de vidro, cheio de luzes criando um efeito doido. (E são MUITO rápidos - posso estar exagerando, mas acho que não levou 30 segundos para irmos até o último andar, de número 65.)
O Central Park e o Upper West Side vistos lá de cima.
Vista da rua lá embaixo...
E, de fato, dá pra ver (bem) o Empire State.
Depois do deslumbramento, a volta ao mundo real: caí na Rockefeller Plaza abarrotada de gente e não conseguia achar um acesso para a linha do metrô que me serviria para ir até Meatpacking. Depois de um piti básico e de o Pedro me orientar por telefone, cheguei mega atrasada para o almoço, num restaurante mexicano chamado Móle. Comi um prato feito à base de nachos e pimenta verde (muita pimenta de novo no meu cardápio) e bebi uma margherita ótima. Novamente, a fome me impediu de fotografar o prato.

O bairro não tem absolutamente nada a ver com o Upper West Side e muito menos com Midtown e Times Square - na verdade, achei o bairro mais estiloso e simpático de todos. Saindo do restaurante, fomos conhecer o High Line, um parque projetado modernoso inaugurado há pouco tempo naquela região. Ele é um viaduto-parque! As misturebas arquitetônicas também são engraçadas - prédios mega modernosos convivem ao lado de modelitos bem antigos, sem perder a graça.

Voltamos para casa enquanto o Renato e a Mariana voltaram para o hotel. Eles planejavam ir até Times Square na virada. Eu desisti, porque fiquei atordoada na muvuca na quarta e hoje de tarde.
Mais tarde, eles ligaram dizendo que tinham desistido também, por uma razão prática: era impossível chegar até lá! Estava superlotado e a polícia estava restringindo o acesso. Então eles nos acompanharam no jantar e passaram a virada conosco, como em muitos filmes americanos: vendo a bola da Times Square descer pela TV, comentando os modelitos e os exageros, que parecem próprios desse tipo de transmissão, haja vista a Festa da Virada de Globo... Mas foi divertido!

Um comentário:

Alessandra disse...

Muito legal seu diáreio de viagem amiga. Estou curtindo um pouco junto com você. Martin tá lindo!!!
Divirta-se bastante você merece. Bjo!