quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Modo de economia de energia

Acho que já devo ter feito uns quatro ou cinco posts xingando o Big Brother (o da Globo, não o do Orwell), e, neste momento, sinto uma vontade tremenda de fazer isso de novo, especialmente ao se considerar que tô vendo um clássico dos 60's com a Audrey Hepburn e o Cary Grant ao mesmo tempo em que o povo fica vendo aquilo.
O que dá pra fazer é tolerar, partindo da velha máxima segundo a qual, se você não pode vencer seu inimigo, o melhor é juntar-se a ele. Isso vale para uns 60% da programação da TV, incluindo cable.
Digo isso porque estou funcionando no meu modo de economia de energia, algo que até o meu computador faz sozinho. De repente a minha vida se viu diante de um grande acúmulo de possibilidades, de coisas legais que eu quero e tenho condições de fazer, desde que eu tenha força e energia para tanto.
E discutir o BBB, a TV, a sociedade, a política etc. de forma resistente e revoltada tá me parecendo um pouco como dar murro em ponta de faca. Desperdício de energia, portanto.
Tô recarregando. Loading. Ver um bom filme é inspirador e dá mais energia. Tanto que acompanho a história ao mesmo tempo em que escrevo estas linhas. E tem mais coisa me esperando neste computador e na minha estante de livros. E são meia-noite e três! E é verdade.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Notícias do front da realidade

Semana passada minha mãe me liga, num final de tarde:
- Onde você tá? O mundo tá se acabando em água. Toma cuidado que a cidade inteira tá alagada. A 23 tá bloqueada. Tem um monte de carro perdido no meio da água [etc. etc. etc.].
Fiz cara de ué - da janela da minha sala, no trabalho, via um céu meio cinza, mas nada de chuva, nem de enchente. Minha mãe devia estar ligando do mundo dos bizarros, de Franca, sei lá.
- Mãe, tô no trabalho e aqui não tá chovendo.
Nada como a Internet: enquanto acalmava minha mãe descobri que a 23 já estava liberada há meia hora, o trânsito tava ruim, mas tava andando e a cidade aos poucos estava se recompondo de uma chuva que não chegou até onde eu estava. Confrontada com essa informação, ela responde:
- Mas eu tô vendo no Datena...
DATEEEENAAAAAA. OK, a gente ri porque sabe que não dá pra comparar um cara que vive da desgraça alheia (mesmo que ela já tenha passado) com sites que atualizam a informação praticamente em tempo real. Mas minha mãe, como tantas outras pessoas que não estão acostumadas com Internet, leva a televisão muito a sério.
Esse pequeno exemplo do cotidiano serve pra começar uma conversa sobre ilusão e realidade. Levei uma bronca esses dias, de um dos meus gurus encarnados, porque estava entrando na mesma noia televisiva da D. Vanda; mas, no meu caso, a TV não era no tubo, era ao vivo, era a opinião de outras pessoas, que estava me condicionando a ver uma realidade que não era a minha.
A Internet, no meu caso, eram os meus impulsos e a minha forma de ver o mundo, negligenciados em favor do Datena alheio. Os efeitos colaterais dessa negligência são tristeza, confusão, fraqueza nos posicionamentos e aquela sensação firme de que alguma coisa vai me substituir no trabalho de fazer a diferença.
A situação de pessoa "estudada", com pós-graduação, que manja fuçar na Internet e que está sempre atualizada de tudo não é suficiente para nos colocar em situação de independência e de poder de decisão. Mesmo fazendo parte de uma elite socioeconômica a gente faz parte da raça humana, um pessoal muito propício a se iludir e a esquecer do que nós somos, lá no fundo.
Ah, minha mãe não tá mais acompanhando o noticiário das chuvas pelo Datena.
- Que safado. Ele sabia que não tava mais chovendo. Só quer ver o mal dos outros...

domingo, 2 de janeiro de 2011

Todo ano novo é uma página em branco... O problema é que a gente repromete (como diriam em BsAs) uma porção de coisas e fica esperando, com os brações cruzados.
Porque temos a péssima mania de esperar que as mudanças venham de não sei onde, de uma direção cósmica ou como resultado de uma simpatia, ou então pela conjunção astral favorável para o nosso signo.
Nada depende da gente, mas de coisas fora da gente. Somos uns barquinhos levados por umas ondas doidas...
Logo, o desafio, todo começo de ano, não é fazer coisas pelo que está fora, mas pelo que está dentro da gente. Redefinir, reconstruir, reinventar. Sair do caminho conhecido e tentar mudar o que não tá legal com atitudes diferentes, mesmo que chocantes...
Os patuás de ano novo ficariam assim:
- ao invés da calcinha vermelha, dar mais carinho pro seu amor;
- ao invés da calcinha amarela, investir em uma atividade que te faça feliz (e, por consequência, te dará dinheiro);
- ao invés de comer lentilha, seguir os seus instintos pra fazer a sorte aparecer pra você.
A astrologia, por sua vez, prevê que qualquer um com boa vontade vencerá os maus aspectos que possam vir. Já o tarô aconselha que o poder de criar boas coisas é sempre o mais forte, em toda e qualquer circunstância.
Não sei se seguir mandingas super cabulosas é mais fácil ou mais difícil do que seguir esses conselhos. Mas, com boa chance de certeza, não é o melhor caminho!