domingo, 31 de julho de 2011

Aham, além do blog da Rana, tem outros bem legais que foram indicados pelo Estadão de hj. Todos escritos por mulheres que vivem em Gaza. Como uma delas disse, o mundo ocidental pensa que nós somos omissas e submetidas... Para os interessados:

- Here, I was Born, de Sameeha Elwan: http://sameeha88.wordpress.com/quotes-to-remember/

- Live from Gaza, de Lina Sharif: http://livefromgaza.wordpress.com/

RanaBaker's Blog

Gentem, esse blog é lindo. Conta o dia a dia em Gaza. Vale a leitura.

RanaBaker's Blog

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Mudando o padrão

Neste ano de 2011-que-parece-2012 dá vontade de comentar todas as notícias trash que pulam que nem pulguinhas nos jornais e na internet. Lembro que em março eu já estava chocada... A retrospectiva da Globo vai ser em vários capítulos no horário de "O Astro".
Mas já deve ter muuuuuita gente falando nisso. E eu estou cada vez mais acreditando em força do pensamento e egrégoras depois de ter passado a semana com músicas da Amy Winehouse na cabeça, mesmo sem ser fã dela. Então... Vamos mudar de assunto? Vamos desmanchar esse monte de coisa ruim?
OK. Comecemos. Abaixo seguem algumas sugestões minhas.
- Você já parou pra pensar que os pores-do-sol do inverno são os mais bonitos? Bom, pelo menos, na minha humilde opinião, são. Mas cheque você mesmo da próxima vez que estiver na Marginal às cinco da tarde, preso no trânsito.
- Nunca foi tão fácil o acesso à informação. Eu, que nunca fui cozinheira, aprendi muita coisa só lendo sites de culinária. Aprendi também posturas de ioga, EFT, andar em São Paulo, Campinas e Vinhedo... E "até" linguística, graças ao Google Academics. Não dá mais pra reclamar de não ter o que fazer nesta vida.
- E que coisa linda essa de a internet mobilizar pessoas em torno de um fim comum. Aqui no Brasilzão acho que só falta um empurrãozinho para que possamos reformar todo um sistema de exploração e politicagem histórico com base nisso. Vale lembrar que a internet foi a "fofoqueira" que espalhou a revolta nos países árabes.
- E o que são esses trabalhos voluntários que estão se espalhando por tudo quanto é lado? Pobre agora tem acesso a psicoterapia e música erudita. (E, cá pra nós, acho que tem pobre de favela que aproveita muito mais um concerto que muito bacana que ganha ingresso da Sala São Paulo.)
Pense você mesmo em coisas legais para mudar a linha de raciocínio da desgraça. Quer um argumento bom pra isso? Primeiro, porque você precisa saber se eu estou falando a verdade. Se você acredita em tudo que te dizem e não confere por si mesmo, então você está na ignorância. E para um certo grupo de pessoas, é bom que o maior número de pessoas fique na ignorância, porque teremos mais massa de manobra.
Outro argumento: a força do seu pensamento é maior do que você pensa. A sua realidade pode ser tornada melhor só com o seu esforço consciente em pensar melhor. E se várias pessoas começam a pensar assim, o resultado pode ser um mundo em que ninguém sai lucrando, o que desagrada a alguns egoístas (mesmo sabendo que, num mundo desses, as pessoas estariam bem melhor do que estão hoje).
Pense também que você é, sim, responsável pelo planeta. Se, mesmo depois de ter testado o que falei, você não se convencer, lembre que se a coisa tá ruim você tem sua parcela de responsabilidade. Uma pessoa mudando pode contaminar outras, que contaminam outras, que acabam, por fim, contaminando toda uma população...(Importante: não aceite também isso prontamente! Tire a sua própria conclusão. Isso vai me deixar mais feliz do que se você aceitar, pura e simplesmente, o que eu falei.)

domingo, 3 de julho de 2011

Pequenas pessoas grandes

A capa da Veja em São Paulo desta semana reviveu uma questão que gerou uma polêmica outro dia entre meus 6 amigos do Google Buzz (sim, existem pelo menos 7 pessoas que usam isso!). Bom, a dita capa fala de grifes para adultos que estão fazendo modelos em versão infantil. Não se trata de moda infantil de grife, mas sim de moda adulta para crianças, que estão interessadas nisso.

Aham. As crianças de hoje são superexpostas a informação. É fato. E é bom, na medida em que os cerebrozinhos são estimulados mais cedo, o que os deixa mais prontos para questões intelectuais. Mas passa a ser ruim, quando a criança deixa de curtir a despreocupação e as descobertas da infância em prol da seriedade da vida adulta (a qual nem os próprios adultos sabem se é legal para si mesmos...). Alías, tem adulto por aí descobrindo que o segredo é ser criança sempre. E um tal de Jesus falou exatamente nesses termos: vai longe quem é simples e despreocupado como uma criança.

OK, vão dizer que não tenho filhos e que não sei como é difícil negar um desejo para seu filho. Bom, não sou mãe, mas já na qualidade de tia sei que realmente é difícil dizer não para o Martín. Não conta como relação de mãe e filho, mas é um começo.

E quando tiver filhos vou realmente me policiar para evitar esse argumento "protecionista", pois é com base nele que muitos pais vão entulhando os filhos com uma vida de adulto.

Essa moedinha tem outra face. A tal polêmica do Buzz começou porque alguém tinha postado uma notícia sobre o guarda-roupa da Suri Cruise e eu achara uma outra sobre uma desmiolada que botou botox (rima!) na filha de 8 anos, para que ela pudesse "ser famosa". Daí a polêmica: é muito triste ver que a mídia não está muito preocupada com o impacto social da ênfase na beleza. Se a quantidade de "pessoas grandes" (thanks, Saint-Exupéry) deprimidas por causa da aparência está aumentando em proporções assustadoras (justamente por conta da martelação da mídia no aspecto material, desprezando o mental e o espiritual), imagine o impacto disso sobre as crianças. Corremos o risco de ter uma geração de materialistas!

Não que a gente não deva ter cuidado com a aparência e o corpo. Devemos, sim, até porque um corpo desconjuntado fica doente, e ficar bonito faz bem, não dá pra negar. Esta que vos fala é uma assumidíssima perua que adora ir ao salão e comprar roupa. Porém, meio caminho para um corpo são é uma mente sã, como diziam os antigos. Então, como sempre, a solução do problema é, mais uma vez, investir em educação e criar uma geração que saiba avaliar e escolher de acordo com o que realmente é válido.

Gozado, né? As grandes redes querem investir em roupa adulta mini. Mas ninguém quer investir em educação de qualidade. Às vezes tenho a impressão de que querem mesmo é formar uma geração de incorporados na Matrix.

Pedindo licença a Saint-Exupéry mais uma vez: "as pessoas grandes são mesmo muito estranhas".