quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Minissaias e abelhas

Acho que qualquer um que acredite em liberdade individual (ou que tenha estudado pelo menos um pouco de direito constitucional) tenha ficado enojado com o que fizeram com a mina da minissaia em São Bernardo. Afinal, o problema é todo dela se ela quer usar aquele tipo de roupa, ué. Eu não usaria, mas isso também é problema meu. A molecada agiu como o Taliban no Afeganistão.
Cá pra nós: parece intriga de mulher com inveja! Anyway, a proporção que a coisa tomou assusta. Parece que uma nuvem de loucura tomou conta do povo. Se se procura quem tenha começado isso, não se acha.
Olha só: este século começou sob o espectro dessas movimentações coletivas (um exemplo básico: toda semana tem passeata na Paulista!). É como se fosse melhor se expor pelo todo e não pelo individual. Será que é menos perigoso? Mais fácil (porque daí não é preciso pensar muito, mas só seguir o que o grupo faz)? Dá mais força? Ainda não sei direito. Só o que sei é que tem muita gente agindo como enxame de abelhas.
Tem pensadores avaliando isso. O direito tem tentado "dissolver" a individualidade em casos específicos; a medicina, já faz tempo, estuda questões de saúde pública; a linguística analisa a ligação dos grupos à sua expressão verbal como forma de identidade; a psicologia tem estudos sobre os grupos. Mas mesmo assim não sei se estamos prontos pra entender essa doideira contagiosa que tomou conta, do nada, da garotada daquela faculdade em São Bernardo.
Pensemos.