sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Fácil

Primeiro ato. Diz o exame toxicológico que a Amy Winehouse não tomou drogas no dia que morreu. Diz também a autópsia que apenas a verificação do corpo não permite afirmar a causa da morte. OK, a doidinha não tinha saúde de ferro e a morte dela já tinha sido prevista pelos médicos. Mas eu fiquei pensando se não teria ocorrido aí uma daquelas mortes do Romantismo mal-do-século (aka depressão), em que a pessoa não vê nenhum sentido para a vida e vai sumindo, sumindo.

Segundo ato. Tinha um twit engraçado hoje na minha timeline: se a vida fosse fácil, a gente não nascia chorando.  É verdade. O útero da mãe é tão bom... E a vida espiritual, então, melhor ainda. Mas, enfim, a gente tem que baixar no vale de lágrimas pra crescer.

Terceiro ato. Ouço muitas pessoas elogiarem a minha trajetória de vida, como se eu fosse um ser do outro mundo. Nessas horas, a primeira coisa em que penso é em arrumar logo um pé de arruda pra deixar em casa, porque inveja é de lascar. Mas mesmo alguns bem intencionados pensam que a minha vida é "fácil". Aham. Eu podia listar mil e um motivos pelos quais minha vida não é fácil, muito embora eu goste dela, das coisas que realizo nela (e é isso que me leva pra frente).

Quarto ato. Numa entrevista à Grobo, o Ricky Martin disse que a vida dele ficou muito mais fácil depois que se assumiu homossexual. O pessoal que entende de reiki e assemelhados explicaria isso dizendo que ele tirou um bloqueio energético da frente - é natural que as coisas fiquem mesmo mais fáceis.

Juntando os atos... Acho que não tem um ser humano que vai dizer: putz, que mundo mais fácil. Que nem a primeira fase de um videogame. Mas cada um dos atos que eu listei tem uma característica que permite que a gente leve a vida mais na boa. Não desistir de tudo, encarar a vida como ela é, fazer o que se gosta e remover os bloqueios que impedem que a gente alcance coisas que desejamos.

Eu, pessoalmente, acho que só tenho dois desses níveis - nunca desisto fácil e também faço coisas que gosto. Desistir pra mim é como passar atestado de incapacidade, e nunca me esqueço da experiência de fazer o que não gosto (nunca passei tanto tempo doente como nessa época). Ainda preciso me trabalhar muito nisso de encarar a vida como ela é, bem como na remoção de bloqueios. Mas acho que as pessoas que chegaram a uma certa idade (o povo da teoria da conspiração diria 27 anos...) têm pelo menos uma dessas qualidades.

É bom lembrar disso quando bate aquele frio na barriga de aflição... Quando dá vontade de sair chutando a porta e xingando todo mundo. Ou não dá vontade de sair de casa. Somos humanos e é normal que tenhamos uns dias assim meio chochos. Ainda mais quando chegamos à conclusão de que a vida não é fácil. Fácil não é mesmo, mas pode ser construtiva, divertida, até mesmo revolucionária. Tá a fim?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Pra quem não viu!

Videozinho da minha palestra do último sábado. O tema: castigo divino. Aquilo lá que disseram pra gente que ia acontecer se a gente puxasse a orelha do irmão. O mano aí é o Marcelo, que fez as devidas apresentações...