quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

New York Diaries, days 3-4 1/2

Ontem foi o dia da 34th Street. Lá fomos eu e Letícia para o centro nervoso de consumo da cidade. Eu estava imaginando que seria um festival de pessoas perdidas nas rodas de hamsters de Donatella Versace, mas até que o povo era sossegado em termos de compras. O que não impedia que a Macy`s estivesse abarrotada de gente. Acho que a galera ia pra lá só pra "ver gente", como diria minha mãe.
A Macy's é tudo o que a Mesbla tentou ser nos anos 80 e não conseguiu: dividida em setores, está cheia de bancas das grandes marcas, que vendem produtos a preços muito reduzidos.
Passamos em várias lojas dessa rua e, de fato, as coisas são realmente muito baratas. Eu não parava de pensar em qual era o problema do Brasil! Só pode ser a carga tributária, que aqui é limitada ao imposto sobre a compra (sobre o valor do preço anunciado é acrescido o do imposto).
Nestes fins de ano, São Paulo fica vazia. Mas New York, ao que parece, está do mesmo jeito de sempre, agitada, com gente correndo com copos de café na mão, indo para o trabalho, e as ruas continuam cheias de carros.
Rodamos por várias lojas daquela rua, passando no meio de gente apressada (o que não é de se estranhar, tendo em vista o frio que tá fazendo aqui). E eu encontrei o meu maior inimigo nesta viagem: o choque térmico. Dentro dos prédios é muito quente por causa dos sistemas de calefação. Mas ao colocar o nariz para fora damos de cara com um vento gelaaaaado, cortante, com o qual não estou acostumada.
Resultado: cheguei em casa zoada, com dor de garganta e febre. Tive que ficar de molho no fim da tarde e à noite. E por isso não houve movimentação neste diário: eu estava tão mole, só queria dormir...
Depois de uma boa noite de sono regada a Tylenol e vitamina C, acordei hoje bem melhor disposta para ir ao Metropolitan Museum of Art. O tempo não estava colaborando muito: -3 graus, com sensação térmica de -9. Era preciso muita roupa pra sair de casa. O Martín, coitado, só para ir ao parque precisou de todos esses paramentos.
Mas Tia Nathalia também teve de se encapotar legal!

Depois de conhecer o metrô, hoje conheci o ônibus de New York. Até que é bem confortável. O Pedro e a Letícia optaram por não ter um carro aqui, já que moram num bom bairro e o sistema de transporte é bem decente (e os prédios não têm garagem, e os aluguéis de vagas em garagens são caríssimos...). Mesmo o metrô, que perde de dez do de São Paulo, tem uma rede bem extensa e quebra o galho.
O Met, como os daqui chamam o Metropolitan, é simplesmente sensacional. Eu e Letícia não conseguimos andar todo o museu (senão teríamos que ficar literalmente o dia todo lá dentro!). Sem falar que a própria arquitetura do museu é um espetáculo à parte. (Na foto abaixo, o museu é esse prédio enorme à direita.)

A Fifth Avenue, onde ele fica, também é chiquérrima e linda.

Mas consegui visitar as partes que, na minha opinião, eram as mais interessantes: a coleção egípcia e a de arte contemporânea.
Quem me conhece sabe que eu sou simplesmente apaixonada pelo Egito Antigo. Ver peças originais desse país e época me deixaram literalmente de boca aberta. Até réplicas de tumbas tinha.

Eu não sabia, mas o Met tem o maior acervo de relíquias arqueológicas do Egito fora do Egito. Não precisei viajar até lá para ver isso:

Eu tirei fotos de praticamente toda a coleção. Não vou cansar vocês com todas elas, mas faço questão de postar as mais legais...
Aprendemos na escola que os túmulos reproduziam as condições de vida do morto. Nessa foto aí em cima está a reprodução de todos os estábulos e armazéns de um faraó determinado do Antigo Império.
Abaixo, um exemplo de escrita hierática, mais simples que os famosos hieróglifos.
Hórus e Anúbis dão cobertura para o faraó...
Vi tantos sarcófagos, das mais diferentes dinastias e períodos históricos, que até enjoei...
E aquele cabelo da Elizabeth Taylor em "Cleópatra" já existia num período muito anterior ao da dominação romana...
E eu fiquei face a face com a estátua mais famosa da minha "ídola"-mor da história egípcia, Hatshepsut. (Pena que a múmia recém-encontrada dela está no Egito...)
Akhenaton, ídolo 2, a missão. Tem pouca coisa dele aqui.
[Pausa dos egípcios... Para o jardim de arte americana e a vista para o Central Park.]

[De volta depois do descanso e do almoço no restaurante do museu: sopa de chili e feijão, acompanhadas de scone de uva passa e suco de laranja...]
"All the old paintings on the tumb... They do the sun dance, don`t you know?"
Passadinha rápida na parte de arte medieval. E a pesquisa perseguindo a pessoa mesmo na semana de descanso... Essa é uma Bíblia portuguesa do século XIV (se não me engano).
A coleção greco-romana também era de tirar o fôlego. Mas acho que vou ter de voltar a ela na próxima visita para vê-la com calma, porque essas coleções antigas exigem leitura dos cartazinhos e sessão remember das aulas de história (nessa hora eu estava começando a ficar lenta e cansada - já estava há quatro horas no museu...).
Mas não pude resistir a uma foto desse Perseu com a cabeça da Medusa!

OK, OK, bora descansar um pouco a cabeça com arte moderna e contemporânea. Nunca vi tanto Picasso e Miró ao vivo como hoje. Vários clássicos juntos! As imagens falam por si mesmas.
Findo o passeio, voltamos para casa, porque estávamos acabadas. Hoje à noite vamos jantar na Grand Central Station, que também é espetacular. Mas ela será assunto do post de amanhã!

Destaques aleatórios
* De madrugada os carros de polícia fizeram um escândalo aqui perto. Mesmo sem trânsito eles têm necessidade de correr com as sirenes ligadas.
* No ônibus, no caminho para o Met, uma senhora super solitária contava a história da vida dela para uma outra mulher (brasileira, por sinal). Parece que é normal acontecer algo do tipo no transporte coletivo daqui.
* O atendente do stand da Lancôme na Macy's foi a primeira pessoa na minha vida que achou que eu era italiana. Normalmente acham que eu sou árabe ou japonesa...
* E o atendente do stand da Givenchy (um moço da República Dominicana) vai para o Brasil no Carnaval e pediu dicas de como "sobreviver" em São Paulo e Rio de Janeiro.
* Mesmo os americanos pareciam espantados com a quantidade de gente que tinha hoje no Met. Nesse frio, a turistada não tinha melhor opção de lazer, penso eu...

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