terça-feira, 24 de maio de 2011

I'm going through changes

Ah, as mudanças de lifestyle. Elas são interessantes para exercitarmos o olhar crítico sobre o que acontece com a gente. As mudanças abruptas são melhores ainda, porque os fatos ficam ainda mais descarados!
Maio foi um mês altamente abençoado, pois reconheci que muita coisa estava errada na minha vida, em relação às pessoas ao redor, à comunidade, a mim mesma. Parece que tudo se resolveu como num processo judicial, e estou na posição da ré que confessa.
Dois exemplos meio óbvios a seguir, que dão uma ideia da situação desta que vos fala.

1. Fazia muito tempo que eu não andava de metrô. Todo santo dia pegava o carro. E "deixava para amanhã" (leia-se: para quando Deus quisesse) a consideração sobre questões ambientais, o nervosismo acumulado de pegar trânsito e o preço do combustível, por pura preguiça. Só faltava levantar o argumento da gente diferenciada.
- Defesa da pessoa para viver motorizada: "faço muitas coisas em lugares muito longe um do outro".
- Réplica dos fatos: o metrô está a dois quarteirões de casa. E os únicos lugares que frequento para os quais não vale a pena ir de metrô (ou não dá pra ir) são a USP e a região de Campinas.
- Confissão: só de ver o quanto eu tava gastando de gasolina já me empolgou pra pegar mais metrô! Claro que ajuda o fato de eu ter uma liberdade maior de horário para poder calcular a hora menos tensa para pegar o coletivo. Mas, mesmo quando precisei encarar o rush, o fiz numa boa. (É bom ressaltar que estou numa vibe meio "what, me worry?".)

2. Gorda! O espelho não mente nunca - aliás, ele é tão sincero que dói. Como tantos outros doidos por aí, cuidar do corpo era uma consideração distante que tinha esse efeito colateral deletério da autoestima e das roupas legais, que estavam ficando apertadas.
- Defesa: "nunca dá tempo de ir pra academia".
- Réplica: dá, sim, se você quiser. Aliás, exercício não precisa nem ser na academia. Basta um tênis, uma roupa confortável e disposição. E você não tá vendo que a ansiedade acumulada tá fazendo você comer o triplo?
- Confissão: agora é de lei caminhar duas vezes por semana, por uma hora. Peguei uns livros antigos de ioga, mais o blog de um professor indiano muito bom que eu já seguia, e tô praticando em casa. Também resolvi encarar uma drenagem pra acelerar o processo de "desmanche" da banha. Resultado: já tenho calça folgada! E descarregar a tensão ficou mais fácil depois de encarar com mais seriedade exercícios de meditação toda noite. Isso também tem me ajudado na concentração para levar adiante meus atuais afazeres.

Tive outros benefícios indiretos, de coisas para as quais eu nunca prestei muita atenção, mas que agora me divertem. Devo dizer que minha atual rotina permite que eu troque a cor da unha duas vezes por semana, passe um tempo tomando sol de manhã, trabalhe bastante (mais do que antes, até) e tenha o raciocínio mais claro para escrever a dissertação de mestrado. Tudo isso cabe em 24 horas (sendo que oito delas eu passo dormindo!). Parece mentira, mas não é.

E, obviamente, as pessoas ao meu redor estão levando menos porrada e suportando menos mau humor da minha parte. Efeitos colaterais inesperados nas relações sociais. Que coisa, não?

Fiquei me perguntando bastante por que não fiz isso antes. Mas as coisas vêm a seu tempo. O mestre não chega enquanto o discípulo não está pronto, enquanto a consciência não está aberta.

Não resta muito a fazer, a não ser curtir essa abertura de consciência. Uhu!

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