terça-feira, 10 de maio de 2011

Que divertida aquela "Marcha das Vagabundas" no Canadá. Rolei de rir só com o nome.

Mas a motivação da tal marcha dá o que pensar. Pena que, mesmo nestes tempos supostamente mais tranquilos em termos de costumes sexuais e de reabilitação da imagem feminina, temos de ouvir que o problema do assédio sexual é motivado pela forma de se vestir!

Claro que a mulher que sai na rua de roupa muito curta se sujeita a ouvir aquelas cantadas de pedreiro e outras coisas do tipo. Mas isso acontece porque ainda tem muito machismo subjacente na nossa cultura (e que as próprias mulheres colaboram para propagar!).

Vem a comparação inevitável com o fato de que homens podem andar só de bermuda numa boa. Em algumas tribos da África e da Oceania - para não falar em algumas tribos dos nossos índios -, a mulherada anda com os peitos de fora e isso é perfeitamente admissível socialmente. Isso, para mim, prova que o lance de a roupa curta ser um "estimulante sexual" é uma noção puramente cultural, entranhada por gerações na cabeça dos homens. Ainda é preciso todo um trabalho de equiparação da condição feminina à masculina em níveis mais profundos da consciência humana.

E ninguém tem nada a ver com a vontade de alguém de se vestir dos pés à cabeça. A França resolveu proibir as muçulmanas de usar lenço, burca e afins se assim o quiserem. Como se o padrão ocidental fosse o único possível no mundo...
 

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