quarta-feira, 6 de abril de 2011

Depois de muito pensar (e fuçar nas manchetes) para escolher a pauta desta semana, notei que, ultimamente, houve um aumento desproporcional de notícias sobre violência e preconceito contra homossexuais. Vez ou outra sempre pipoca alguma coisa, mas agora foi um monte de coisa junta. Teve o caso do jogador de vôlei zoado por uma arquibancada inteira, o da menina que foi assassinada pela família da namorada, do cara da FFLCH que apanhou não sei onde...
Homossexualidade sempre foi assunto delicado. Mas é fato que não pode ser ignorado. O pior são as pessoas ditas "comuns" (classe média, em regra) dizendo que é um "exagero" que os gays precisam de uma passeata para comemorar o dia deles, ou que não precisa muito aparato legal nem de apoio moral porque o preconceito "não é tão grande assim". Será mesmo? No caso do Michael, o jogador de vôlei, ele disse que se surpreendeu ao ver velhinhas e crianças chamando-o de "bicha" (e não os marmanjos babacas com os quais ele já estava acostumado). O negócio tá muito entranhado na cabeça das pessoas "comuns".
Ainda falando de preconceito, mas contra outra categoria, fiquei nude quando soube do site que coleciona twits asquerosos de gente tirando onda da empregada. Um deles se vangloria de ter conseguido fazer com que a mãe mandasse embora três domésticas num mês. Bom, isso daí acho que Gilberto Freyre explica. Síndrome de sinhozinho na cabeça de moleques que não têm o que fazer. Pena, né?
Isso dá liga pra comentar a comunidade das madames que se juntam pra falar mal de empregada... Putz, se eu ficar lembrando de todas as notícias toscas de gente que, como bem disse a galera que eu acompanho no Buzz, ainda vive na Idade Média vou escrever um tratado.
Fico pensando nesse povo saindo da Igreja, do centro espírita ou do terreiro ouvindo palavras bonitas no sentido de que todos devemos respeitar a todos e que os pequeninos são grandes no reino de Deus. Aí acham lindo, coisa e tal... Até a hora em que vão no jogo de vôlei ou que topam com a empregada.
Mas os indignados não estão ficando quietos (e nem devem). Estudantes de uma universidade na Bélgica mandaram uma torta na cara do bispo de Bruxelas com gosto. O motivo: o sujeito deu declarações no sentido de que a Aids seria resultado da "ira de Deus" contra o sexo fora do casamento (e especialmente contra a homossexualidade). Como se Deus fosse aquele velho terrível que só pensa em castigo... E, ainda por cima, fosse preconceituoso!
Mérito duplo da manifestação: não usaram de violência e mostraram sua indignação. Ainda há esperança, meu povo...

Um comentário:

Unknown disse...

Nathalia, adorei seu blog!!! Ainda mais hj que estou arrasada com a chacina no Rio, ler críticas tão bem trabalhadas dessa sociedade bizarra em que vivemos me fez muito bem!
Visitarei sempre!
Beijos,
Ana (CEI - turma de sábado)