quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Nestes tempos de too much information, chega uma hora em que não sabemos muito mais o que pensar. É tanta gente que acha isso e aquilo que o nosso próprio achar fica descompensado.
Não precisa ficar lendo todos os jornais e sites de notícias. Uma passadinha no Facebook ou no Twitter já mostra isso. Todo mundo quer convencer todo mundo da sua verdade. O noticiário é mais comentado nas timelines do que na própria imprensa. Se o sujeito resolve levar a sério cada detalhe de cada argumento, fica doido, perde a noção da realidade.
Eu tava entrando nessa onda e me senti por várias vezes pisando em gelatina mole, porque não é fácil dar conta do fluxo de informação. E tenho uma mania sagitariana danada de sempre querer chegar na verdade. Mas confesso que fazia isso também um pouco por influência daquele pensamento muito em voga de que a gente tem que ser perfeitinha inclusive nas opiniões (inevitável pensar em "Fitter happier", do Radiohead: "an empowered and informed member of society").
Mas tudo muda todo dia, com rapidez tão grande que a gente esquece facilmente o viral de ontem. Não dá pra ser perfeito nesse ponto (aliás, em ponto nenhum), sob pena de não se saber mais onde está a realidade e onde está a invenção da cabeça dos outros. O resultado, usando uma imagem forçada, é como se a gente ficasse em dúvida sobre se jogar do penhasco ou não, porque não sabemos se fomos nós mesmos que decidimos isso ou se falaram tanto que acabamos fazendo. É justamente ao contrário do que eu procuro. Não se chega na verdade.
Mas será que eu chegaria na verdade, anyway?     

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