quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Diários de São Thomé

Férias de sagitariano é com pé na estrada. Não tem jeito. E desta vez segui para um destino completamente oposto ao anterior, Nova York: São Thomé das Letras, lá escondida depois de Três Corações (vulgo terra do Pelé), perto do trecho da Estrada Real que passa por Minas Gerais.

1. A cidade

São Thomé é conhecida por ser um destino usual de um povo mais para alternativo e é chamada "uma das sete cidades sagradas". Evidentemente, isso é explorado comercialmente, como se pode ver das infindas lojinhas de artesanato que vendem roupas indianas e objetos voltados para a prática mística. Mas devo reconhecer que eu fiquei mesmo mais sensível, com a percepção mais fina (não sei se pelo fato de estar lá ou por estar mais em contato com a natureza).
Lá se vive também de extração de pedras. Também, olha só a fonte...


Mas o que chama a atenção do nerd, com certeza, é a estrutura da cidade. As calçadas de pedra aproveitam a estrutura geológica do solo e criam desenhos sinuosos no chão.

As mesmas pedras são utilizadas para construções, como esta igreja. Nas construções as pedras são aproveitadas no formato retangular, empilhadinhas. As casas construídas com esse padrão são muito características.

A cidade é rodeada de natureza. Infelizmente a chuva e o frio não permitiram que eu conhecesse as tão faladas cachoeiras de lá. Mas a vista do ponto mais alto da cidade... Hmmm, não tem dinheiro que pague.



E a montanha? Ah, a montanha... Só de pensar nela fico arrepiada. Chega-se lá por estrada de terra e um tanto de caminhada, mas vale muito a pena. Dispensa comentários a vista da varanda da Flavia Mariana Klc, que mora lá.

As plantas, à primeira vista, parecem comuns - mas dentro do conjunto há umas singelezas interessantes...

 






Quanto à fauna... Muitos insetos interessantes, com destaque para estes dois: um besouro cerambicídeo e uma içá, rainha da saúva (agradeço ao prof. Mário Viaro, linguista de carreira e zoólogo amador, por ter identificado as criaturinhas via email).




E no meio disso tudo tem tecnologia! Presumo que isso seja uma antena!


Comi bem lá, o lugar tem muitas opções vegetarianas. Desde um hamburger vegetariano delicioso até um estrogonofe de soja muitíssimo bem servido, tudo é muito gostoso e barato. E, no final da viagem, conheci os pães e geleias da Regina, feitos em casa e cheios de sabor.

 

OK, tudo muito bom, mas... Afinal, o que é que eu fui fazer lá? Sim, fui recarregar as baterias, mas o objetivo maior era estudar uma técnica de análise de personalidade que me deixou de olho arregalado desde que me foi apresentada pela Binha, a cosmologia.

2. A cosmologia

Na verdade, a cosmologia - se entendi bem - é uma análise da composição energética do indivíduo e de como as energias interagem para formar o caráter e moldam as atitudes da pessoa. Ela se utiliza de elementos da astrologia, mas articula suas análises de forma bem distinta.
Passei quatro dias estudando com a Flavia, me embananando um pouco nas nuances - ainda preciso estudar e treinar um tanto -, mas já percebi o quanto o meu conhecimento ficará enriquecido. A cosmologia também admite a elaboração de mapas como a astrologia, mas não considera apenas o momento do nascimento, incluindo na visualização a concepção e os momentos da gestação nos quais se estabelecem a percepção e o sentimento.
O mapa cosmológico também é bem diferente do mapa astrológico; ele tem uma abrangência incrível, não obstante seja mais simplificado na sua representação.
E a cosmologia também analisa a energia de cada dia. Cada dia é regido por um tipo de energia específico que é matizada pela que resulta dos aspectos entre os planetas. Parecido com a astrologia, mas não é a mesma coisa. Conforme eu for ficando mais craque na análise, vou começar a incorporar isso nas minhas leituras diárias de astrologia pra vocês sentirem como é.
Nossos estudos também tiveram um aprofundamento no jogo das pedras, uma prática de organização mental simplesmente espetacular com a qual venho lidando há um tempo. Eu e Binha aprendemos uma forma de lidar com o jogo com base em nossos respectivos mapas cosmológicos. E aprendemos um jogo novo a partir de uma vivência conduzida pelo Davi que mostrou os caminhos pelos quais estamos seguindo.

3. E agora?

Agora não sei! No momento só sei que tive aquela desvinculada da rotina, que é ótima para os períodos de férias realmente valerem a pena. O conhecimento que obtive ainda precisa ser processado, aplicado... Hmmm... Aguardem desdobramentos.
Também senti que essa viagem arrematou um chamado forte para uma vida simples. Não acho que viveria na montanha, a exemplo da Flavia e de outras pessoas que conheci lá. Mas lembrei que ao longo deste ano tirei nada mais, nada menos que o equivalente a cinco sacolas grandes de roupa do armário. Precisa tanta roupa? Claro que não. Comer também não precisa ser um evento com cobertura da Globo. Basta sabor e saúde. Tá bom. Lembrei também da casa do Stupa, em plena São Paulo mas que tem apenas o estritamente necessário.
E tem a parte da responsa. Quem tem conhecimento precisa repassar. E preciso ver como, quando e onde fazer isso.



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