quarta-feira, 6 de maio de 2009

O que moveria um ser essencialmente noturno (leia-se: que gosta de acordar tarde e dormir tarde) a acordar cedo, no dia do rodízio, com o puta frio que tá fazendo de manhã em SP?
O Discovery Channel!
Explico. Eu amo arqueologia, mas meus contatos concretos com a matéria são limitados às aulas de história da escola e ao Discovery Channel (OK, OK, quanto ao Egito antigo eu fuço em tudo que é lugar).
E estou tendo um semestre muito arqueológico na faculdade. Depois de um trabalho de reconstrução do tronco linguístico Tupi que me fez virar noites em claro, surgiu a oportunidade de participar de um trabalho de reconstrução da variante linguística paulista.
Esta que vos fala está aproveitando seu diploma em Direito para vasculhar depoimentos e testemunhos prestados em processos criminais do arco da velha. E esse foi o motivo dos fatos descritos no primeiro parágrafo: o que me motivou a todo aquele esforço sobre-humano foi o meu momento Discovery Channel linguístico.
Além de descobrir uma riqueza de vocabulário interessantíssima (duvido que o sentido que o Houaiss aponta para "cangalha" seja o sentido que um sujeito usou num caso pra xingar uma mulher), estou me sentindo Indiana Jones (um sonho de criança) ao mexer naquela papelada caindo aos pedaços e com cheiro de mofo.
Tudo o que tenho a dizer é: fazer o que a gente ama é diversão! Eu já me sinto privilegiada por trabalhar com livros, os objetos do mundo que eu mais adoro. Fazer arqueologia linguística, então, tem sido um must!

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