sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ao vencedor, as batatas

Cenário: uma das minhas lanchonetes favoritas. Eu tô jantando. Tem uma família do meu lado, grande. E um menininho lindo, de uns cinco ou seis anos.
Ele é curioso e experimentador. Sua mãe, por outro lado, quer frear isso na base da ameaça forte. Se ele fizesse bagunça o garçom iria expulsar a família do restaurante. (Graças a Deus a criatividade da minha mãe nunca chegou nesse ponto...) Detalhe: ele não tava fazendo bagunça, tava só testando os objetos e o ambiente, como toda criança saudável deve fazer.
As batatas fritas deverão ser comidas de forma modulada e em quantidade muito limitada (pra mim, que comeu um montão sozinha, era uma quantidade ínfima - imagine pra uma criança, que merece se lambuzar!).
Se eu estivesse no lugar desse menininho, e me conhecendo como eu me conheço, das duas uma: quando crescesse matava a mãe, ou então ia crescer toda cheia de tiques. Como ele vai reagir a isso eu não sei. Só sei que fiquei com muita dó dele.
Bom, eu não tenho moral pra tirar onda de ninguém. Se tivesse um outro escritor ali naquele cenário, devia estar reparando na sujeira que fiz com o meu sanduíche. E tá passando a limpo a história no seu respectivo blog...
Ai, ai, a vida é um eterno reparar. Este é o passatempo preferido de metade da humanidade. Talvez para lidar melhor com o próprio sentimento de inferioridade. Pode ser esse o meu caso também - mas, no fundo, o que eu mais queria era que o menininho jogasse as batatas na cara da mãe dele, com cobertura de chocolate e uma cereja no topo.

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